quarta-feira, 19 de abril de 2017

POEMASMÁTICO

Às vezes me falta ar.
E é um desespero tão grande
E é tão perturbadora a sensação,
Uma impotência tamanha,
Que o ar faz mais falta ainda.

Ainda que eu saiba
Que o mundo não vai acabar,
Que o mar não vai secar,
Que você não vai fugir (espero),
Ainda assim me desespero...
E o ar...
Nada...
Ele passa longe...

E como lidar com essa agonia
de ter asas
quando se precisa de pés?
Como não ficar sem ar
Com tanto revés?
Os “serás” que não acontecem
e ficam só nos indagando
e colocando contra parede,
parece que sabem
exatamente
quando o tempo é curto,
o percurso longo

e o ar escasso...

Ar puro então,
Desses possíveis de oxigenar
Toda uma geração,
É mais raro ainda de encontrar...

Por isso, mantenho você por perto.
Mesmo quando você me deixa sem fôlego,
Sem ar,
Fica mais fácil respirar.

Tem gente que é ar puro. 

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