Depois de cem poemas,
Depois de cem (novos) poemas,
Deu pra perceber
Que não vou mais
Caber em qualquer lugar...
Só em verso caibo inteira,
Com direito a avesso,
Abismos e cachoeiras...
Então nele me mostro
Com meus desfiladeiros,
Minhas águas,
Minhas beiras...
Atravesso fronteiras...
Corro riscos...
Sem medo, me atiro
Nos meus próprios precipícios...
E depois de cada queda,
Quedo um instante...
Sacudo a poeira...
E estou de novo
Inteira.
Inteira.