terça-feira, 11 de abril de 2017

POEMA GRAVE

parei de escrever.
pelo menos por enquanto…
enquanto o sonho
não virar realidade
e pelo menos um terço
do desejo 
não for consumado
num quarto, sala,
carro, cozinha…
pouco importa…
quero é abrir a porta
e deixar fluir pra vida
toda essa imaginação 
que brota no papel.
ávida de ver
nossos corpos
serem lugar 
pra gravar 
essa história.
vai fazer bem
pra memória,
pro coração,
pra poemas futuros…
se você jurar 
que vai me ver 
amanhã,
eu juro que 
já depois de amanhã
volto a jorrar poesia…
adoro a fantasia,
mas não aguento 
mais sonhar…
quero dormir 
e acordar
do teu lado…
e de manhã,
ainda deitados,
você dormindo,
escrever um poema
dessa nova leva 
que virá.
que virá…
porque por enquanto
é greve.
e é grave:
poeta 
precisando
de realidade.

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