quarta-feira, 5 de abril de 2017

ESTAÇÃO DE TRANSBORDO

uma hora,
de tanto eu transbordar,
há de ser mar
esse poema…

de tanto ser poema,
uma hora
devo virar mar…

e aí,
sem caber em mim,
vou ser mais verso
que nunca…
e não vai ser possível
conter essa explosão,
terremoto,
furacão
ou sei lá qual 
fenômeno da natureza…

e você que me vê
(se me lê)
vai ter que parar
para apreciar
a beleza dessa emoção
que é seguir 
a própria correnteza…

ah…
quando eu for
minha própria correnteza,
correntes não restarão…
não ficará pedra sobre pedra…
o que tiver que nascer (ou renascer)
virá em verso,
e todo inverso será canção.

pode esperar,
já vou chegar na estação…

mas não tenho pressa…

quero transbordar
na hora
certa.

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