uma hora,
de tanto eu transbordar,
há de ser mar
esse poema…
de tanto ser poema,
uma hora
devo virar mar…
e aí,
sem caber em mim,
vou ser mais verso
que nunca…
e não vai ser possível
conter essa explosão,
terremoto,
furacão
ou sei lá qual
fenômeno da natureza…
e você que me vê
(se me lê)
vai ter que parar
para apreciar
a beleza dessa emoção
que é seguir
a própria correnteza…
ah…
quando eu for
minha própria correnteza,
correntes não restarão…
não ficará pedra sobre pedra…
o que tiver que nascer (ou renascer)
virá em verso,
e todo inverso será canção.
pode esperar,
já vou chegar na estação…
mas não tenho pressa…
quero transbordar
na hora
certa.
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