Ela estava
aqui.
E ela só
parecia
Bem.
Mas não
estava.
Agora estou
aqui,
No meu lugar
De direito,
De causa e
efeito,
De ser quem
sou.
De ser tema
Do meu próprio
Poema,
Como se
antes
Eu já não fosse...
E já não sei
Se era posse
Se era doce
Se era bom
Ser
Quem eu era...
E não sabia
Dessa coisa
Dessa agonia
Dessa necessidade
De escrever
De me contar
De me levar
E me livrar
De mim
Em verso.
Confesso:
Já não sei
Pra onde vou
Ou quem eu
sou
Ou quem
serei
Ou quem
De mim
Farei rei
Farei rima
Farei sina...
Farejei
Uma pista
Quando escutei
Você dizer
“Cadê aquela
outra mulher?”*
Não sei
dela.
Só sei
Que não sou
ela agora.
E talvez
Meu faro
Possa estar
Por fora,
Mas estou
Toda
Por dentro
De mim.
Sim...
Posso
Não ter
respostas
Agora.
Mas terei
Em breve.
Eu sei,
Não fui
breve
Dessa vez:
Não abreviei
Nem poupei
Rima e riso.
Guardei o
medo
Pra quando
Me for
preciso.
Guardei o
medo.
Agora sim
O verso é
preciso.
*Música incidental: Santa Chuva, Marcelo Camelo