Eu sou Maria-cara-lavada.
Trago o que eu sou
exposto na face,
sem maquiagem,
sem truques, sem alarde.
Ainda temo
por andar assim,
exposta…
Mas a melhor resposta
para esse medo
é a paz que se instala.
Aceitar minha noites da alma
à flor da pele,
estampando meus retratos
sem precisar retratar-me
por sem quem eu sou…
Sem precisar retratar-me…
Sabe poder ser quem você é
e não precisar pedir desculpas?
Sabe aceitar seus escuros
e bancá-los, mesmo sabendo
que incomodam?
Incomodam? Mas é claro!
Nem todo mundo
lida bem com seus escuros…
Nem todo mundo
acorda de manhã
e saí, de cara
(e alma)
lavada,
dando a cara (a alma)
à prova…
Mas quer saber?
Essa paz
vale o risco.
Então, arrisco.