rimo
não quando quero
ou quando posso…
pra rima
não tenho regra.
a própria rima
me ensina:
“desliga a rima,
menina!
a rima
não precisa
ser o fim,
nem precisa
ser só no fim.
pode ser meio,
começo…
pode até nem ser…
relaxa… deixa
o poema correr…”
eu obedeço
e jogo com ela…
corro da rima,
pego picula…
brinco de pique-esconde
com palavras que eu
nem suspeitava conhecer…
ela ri,
mas gosta desse jogo…
não perde tempo:
corre atrás de mim,
chega bem pertinho,
e de mansinho,
beija meu pescoço…
uma coisa é certa:
uma hora ela cansa
da brincadeira,
tira o véu
e se mostra inteira…
e se mostra inteira…
e ali, de frente
pra rima nua e crua,
me dou conta da loucura,
da necessidade da rima…
da sua precisão…
não tenho regra
pra rima…
sigo minha intuição.