segunda-feira, 17 de julho de 2017

POEMAGRITO

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Ainda não sei
Lidar com silêncios.
A cada silêncio
Minha inadequação grita,
Diz que não sou
Boa o bastante,
E mostra o quanto
Eu sou inconstante,
O quanto eu não caibo
Em nenhum lugar.

E por não saber lidar,
Peguei um silêncio
que não era pra mim
E fiquei muda,
inerte...

Ainda não sei lidar
Com um bocado de coisa...
E sou sempre eu,
Meu próprio carrasco,
Que tiro a casca das feridas
Que estavam quase
Fechadas...
E sou sempre eu
Que piso nos meus próprios calos...
O universo dá a deixa
E eu agarro, como se fosse pra mim...
Como se tudo pudesse ser fim,
Sem ter sido meio,
Ou começo.

Passado o silêncio
(pelo menos no papel
ainda consigo ter voz),
e já prevendo silêncios futuros,
minha alma cala,
e ao mesmo temo, grita:
preciso aprender a ser foz...
a desaguar os nós...

é... só não morro
de silêncio alheio,
porque em verso
não calo...
e renasço. 

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