quarta-feira, 12 de julho de 2017

POEMA DO NADA



Preciso de chão.
Sei lá porque,
Mas preciso.
Talvez nem precise
De chão,
Mas de céu.
Só que o medo
Me faz precisar
Do que não é céu.
Talvez então
Seja mar
Que eu precise...
Mergulhar
Numa água, não de rio,
Já que não consigo
Me manter em margens
(As únicas margens
que me cabem
são as do papel),
E que vou
E volto
(E me revolto
Às vezes)
Feito o balanço
Do mar...
E se eu preciso
De balanço,
Talvez seja vento
O que precise...
Me deixar levar...
Me deixar cair
Feito pena
Flutuando no ar...
Talvez eu precise
Queimar
O chão da casa...
Arder em brasa...
Virar lava,
Cinzas...
Pó...
E mais
Nada.

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