segunda-feira, 17 de julho de 2017

POEMA DERRAMADO

Eu sei...
Sou cara de pau...
Há uns 2 poemas
Eu disse que
estanquei o verso...
E aqui estou eu,
Sangrando de novo
Na ferida-verso
Sempre aberta...

Eu sei...
O dia me chama
E eu insisto
Em adiá-lo pra mais tarde...
Vai ser noite
Quando eu finalmente
Resolver ser dia,
E vai ser aquela agonia...

Eu sei...
Sou cara de pau...
Não estanquei o verso,
Muito pelo contrário:
Sigo me derramando...
Esperando uma voz (a sua)
Romper esse silêncio
Que eu não sei calar...
Esperando o dia cair,
A noite raiar,
A calma cessar,
A agonia sair
Dos meus dedos...

Eu sei...
Isso tudo é medo...
E por isso mesmo
É que estou verso...
E por isso não está certo
Esse silêncio avassalador...

Eu sei...
Nessa ferida-verso
Sempre aberta
Tudo é loucura...
Mas se medo tem cura,

Eu não sei.

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