terça-feira, 25 de julho de 2017

POEMA BRANCO

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Agora, todo dia
Escrevo um poema
Antes de, de fato,
O meu dia começar.
Agora, todo dia
É essa ladainha
De não saber
O que vai rolar
Nas próximas linhas
Da página em branco.
Parece que dá
Um branco criativo
E olho o cursor piscando
(ou a caneta sobre o papel)
E fico pensando...

Quando desisto
De ficar remoendo
Essa agonia branca,
Escrevo o que passa
No pensamento...
E, às vezes, é genial
O que acontece...
Outras vezes,
Não é nada,
Mas a gente segue
Tentando e sofrendo
Com o branco das ideias,
Sem ter nenhuma
Ideia genial...
Só pra manter,
Do verso, o hábito.

Mas habito esse branco.
E, vou tirando da página
Essa cor 
Que inunda e
Petrifica. 

Saio do modo estátua.
Sujo a página
Com a primeira palavra
Que me ocorrer,
E vou deixando a sujeira
Limpar o branco...

Depois levanto,
Dou um sacode na poesia
E deixo pra trás
A poeira dos dias.

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