segunda-feira, 27 de março de 2017

A REGRA DA RIMA

rimo 
não quando quero
ou quando posso…
pra rima 
não tenho regra.

a própria rima
me ensina:
“desliga a rima,
menina!
a rima 
não precisa
ser o fim,
nem precisa 
ser só no fim.
pode ser meio,
começo…
pode até nem ser…
relaxa… deixa 
o poema correr…”

eu obedeço
e jogo com ela…
corro da rima,
pego picula…
brinco de pique-esconde
com palavras que eu 
nem suspeitava conhecer…

ela ri,
mas gosta desse jogo… 
não perde tempo:
corre atrás de mim,
chega bem pertinho,
e de mansinho, 
beija meu pescoço…

uma coisa é certa: 
uma hora ela cansa
da brincadeira,
tira o véu 
e se mostra inteira…

e ali, de frente 
pra rima nua e crua,
me dou conta da loucura,
da necessidade da rima…
da sua precisão…

não tenho regra
pra rima…
sigo minha intuição.

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