segunda-feira, 15 de maio de 2017

POEMA CONFUSO

o rosto amanhece sem calma.
a alma está atordoada.
a noite insiste em não passar:
marca os olhos,
faz bater acelerado o coração,
fora do compasso...
tento amanhecer:
lavo o rosto,
tento esconder a noite
que restou sobre os olhos,
dar um corretivo nela.
mas choro.
o coração acelerado
eu não consigo conter.
tento respirar,
tento entender o que se passou,
tento lidar com essa noite
que restou em mim
e não sei o que fazer.
ainda estou atordoada...
como faço pra amanhecer
e pra esse dia de sol e céu azul
me alcançar?
se eu sair, é capaz
de alguém perceber
que não amanheci...
se alguém me perguntar
o porquê da noite
o que eu vou dizer?
melhor me recolher...
quando nem corretivo esconde
a noite da alma nos olhos
não tem o que fazer:
é viver o escuro que resta,
esperar nascer o dia
e deixar a confusão
virar poesia.

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