quinta-feira, 25 de maio de 2017

POEMA AGONIADO

Ele me diz
"Uma verdade: desejo.
Uma vontade: nosso beijo".
E eu tentando manter a calma
e aconselhando:
"calma...
amanhã logo chega...
e a gente mata essa vontade
e consuma essa verdade..."

Como se fosse fácil
essa espera...
Uma espera que mata
de tanta agonia...

Quem olha,
vê só o lado de fora...
E por fora, você sabe,
fico chique: leio poesia,
tomo um café...
Quem olha,
olha com olhos de não ver...
E eu disfarço muito bem...

Mas por dentro,
só você sabe
(que me lê e é o senhor
dessa disritmia)...
por dentro é só agonia...
e não há nada que passe
essa ansiedade...
por dentro,
sigo ardendo,
mas ninguém desconfia.

Como a vontade não passa
e o amanhã não chega
pra gente curtir nosso beijo
e matar o desejo,
vivo essa dicotomia...
Alguma dúvida
de que isso ia acabar
em poesia?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário