sexta-feira, 30 de junho de 2017

INTEIRA

Depois de cem poemas,
Depois de cem (novos) poemas,
Deu pra perceber
Que não vou mais
Caber em qualquer lugar...
Só em verso caibo inteira,
Com direito a avesso,
Abismos e cachoeiras...
Então nele me mostro
Com meus desfiladeiros,
Minhas águas,
Minhas beiras...
Atravesso fronteiras...
Corro riscos...
Sem medo, me atiro
Nos meus próprios precipícios...
E depois de cada queda,
Quedo um instante...
Sacudo a poeira...
E estou de novo
Inteira.

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