quarta-feira, 28 de outubro de 2015

MORTA-VIVA



Meu medo me cerca
Por todos os lados.
Me dizem estar
Com cara de morta,
Mas quem apenas
Vê o lado de fora
Ignora
Que pra renascer
É preciso antes morrer.

Morreu dentro alguma coisa
Que me ficou estampada no rosto.
E não é desgosto algum
Estampar em mim
Que um renascimento virá.

Quero que ele venha
Apesar do medo
E extrapole os sentidos
E exale por todos os poros...
Medo agora
Só do meu medo
Me deixar pra trás.

Ei, você, que me diz
Com cara de morta,
Não lhe fecho as portas
Porque me abriu os olhos
Pro que há de vir
E virá.
A morta está muito viva.
E pode esperar...
Não mais vou deixar
Tanto insulto
Passar batido.

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