quarta-feira, 2 de março de 2016

MARÉ

Acreditei,
abri a porta
e era mar
o que de mim saltava.
Mar profundo
Onda de palavras
Que não ouso revelar...
Mas o mar
senti como lar
e ri da rima
(minha incontestável sina:
minha agonia
e minha razão.
Era mar
e era poesia
e era em palavras
que o oceano
desaguava
e consistia.
Foi espanto
e foi alegria
e foi...
Mergulho nas palavras
e é nelas onde me encontro,
onde me deito,
onde vivo
e gozo,
onde morro
(e a morte nesse mar
não é por afogamento)
e renasço.
E sou concha
estrela, pérola,
barco...
Navego e arco
Com minhas consequências
De ser mar
E ser palavra, ser imagem,
Ser eu,
Sereia.

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