abri a porta
e era mar
o que de mim
saltava.
Mar profundo
Onda de
palavras
Que não ouso
revelar...
Mas o mar
senti como
lar
e ri da rima
(minha
incontestável sina:
minha agonia
e minha
razão.
Era mar
e era poesia
e era em palavras
que o oceano
desaguava
e consistia.
Foi espanto
e foi
alegria
e foi...
Mergulho nas
palavras
e é nelas
onde me encontro,
onde me
deito,
onde vivo
e gozo,
onde morro
(e a morte
nesse mar
não é por
afogamento)
e renasço.
E sou concha
estrela,
pérola,
barco...
Navego e
arco
Com minhas
consequências
De ser mar
E ser
palavra, ser imagem,
Ser eu,
Sereia.
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