quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SERENO


Estou aqui,
No meio da escada,
Sem ter muito
Pra onde correr.
Enquanto escrevo,
Vejo a cena:
Eu, sentada,
Olhando o caminho
Que eu tenho
que percorrer.
A escada parece estrada,
Com suas curvas e
Encruzilhadas,
Pontes, fantasmas...
MEUS fantasmas:
Eu e minhas crises,
O medo de não conseguir,
A vontade de desistir
Sem nem tentar,
O medo de fracassar.
Fracassar em quê?
Em ser que eu sou,
Em aceitar
minha poesia.
Desvio o olhar
Pra não me encarar
Vista dos olhos
De quem me olha
E me lê.
Puta merda!
Preciso crescer.
E você que agora
Me lê e me olha,
Dá uma trégua,
Tenho muitas
Léguas para
Caminhar, eu sei.
Mas agora,
Presa nessa
Escada-estrada
De dentro de mim,
Paralisada,
Só consigo
Chorar.
Dentro de mim
Me falta abrigo:
Minha escada
É a céu aberto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário